Os efeitos da revolução na família
Pesquisando os pais do primeiro imigrante Suíço a vir para o Brasil, Henri Bon, só havia encontrado seu pai, Ami.
Foi quando achei o Jacques Bon (1738-1787), pai de Ami (1761-1826), e consegui encontrar inúmeros registros de uma Igreja na região francesa de Chauvigny, Nouvelle-Aquitaine. De Jacques até o mais antigo que achei, FRANÇOIS BON (1552-1616), todos são da mesma região. São duzentos anos de uma família no mesmo lugar, um vilarejo no interior do interior da França. Só o Ami que foi para a Suíça. O motivo é evidente: ele tinha 28 anos quando começou a REVOLUÇÃO FRANCESA e a guilhotina era a punição para quem não aceitasse os ideais maçônicos de “fraternité, egalité, liberté ou la mort” (fraternidade, igualdade, liberdade ou a morte).
O Ami deixa a França e vai para a Suíça onde tem um filho: HENRI BON. Este foi para Nova Friburgo, RJ, onde teve a Elisa Carlota, e ela é a mãe de minha trisavó.
A Elisa Carlota casa-se com Carlos Leonardo Robadey, tem uma filha chamada Evangelina, deixa Nova Friburgo e vai para Cantagalo, RJ, e de lá a descendência vai para as regiões de Itaperuna, Campos dos Goytacazes etc.
Foi a REVOLUÇÃO FRANCESA que destruiu os laços da família e acabou com o sentimento de pertença a um lugar para chamar de pátria. Sem a revolução sangrenta na França, estariam todos contando sobre os momentos felizes da vida de seus antepassados no campo.
Essa é a minha distância temporal de um dos maiores e lamentáveis marcos da história da humanidade: meu heptavô tinha 28 anos quando tudo começou a desgraçar a civilização ocidental.
As fotos abaixo são da Église Saint-Hilaire de Paizay-le-Sec, paróquia onde foi batizado François Bon em 21 de Janeiro de 1552. Meu ancestral direto da décima terceira geração.