Não há maior desejo em coração humano do que o amor. O amor é desejado e deseja-se dar. É uma via de mão dupla onde a felicidade é o primeiro sinal, seja em quem ama, seja em quem é amado. A palavra amor foi banalizada e nada tem em igualdade com o real sentido desde sua inauguração.
O amor foi uma invenção divina, começando DEUS por ensinar assim ao povo hebreu, encontrando seu ápice em CRISTO. Foi aí então que a palavra passou a ter um único signicado em diferentes modos de exercê-lo. Amar é cuidar da ferida do outro, seja ele estrangeiro, estranho, samaritano, prostituta etc. O amor é o mais íntimo desejo que move as outras operações mais profundas do espírito humano: é o amor que move a inteligência em direção à verdade; é o amor que impulsiona a vontade a chegar ao bem. Mas como amor é mais forte que morte, não basta qualquer verdade ou um pedaço dela, a inteligência só se sacia com o AUTOR da verdade. O mesmo ocorre com a vontade que não se contenta apenas com o bem, mas pulsa dia e noite pelo SUMO BEM.
Qualquer um sabe da frustrante experiência de não abraça a verdade com todas as suas consequências. Ou da triste realidade de ficar preso nos bens particulares ao invés de a partir deles ir até ao Sumo Bem… É porque faltou o amor. E quando falta o amor, faltou vida, faltou a seiva, e é aí que tudo perde o sentido.
A grande vantagem do homem ao passar por essa frustração é que o AMOR não é um ensinamento, uma especulação imaginativa, um modo de observar ou fazer coisas. O amor é uma PESSOA, que nasceu, cresceu e no auge da vida morreu na cruz por nós.
Nesse exílio, o que mais desejo é que eu não passe por ele sem amar, mas não aquele amor midiático colorido. Quero aprender a amar como amou o amor, e fazer como muitas vezes fez São Francisco ao chorar dizendo: o AMOR não é amado. Pois compreendo que não é possível amar o AMOR sem que soframos por não vê-LO amado.