Os comunistas estão acostumados a vencer batalhas que pareciam perdidas e o motivo é evidente: um adversário inquieto e apressado é fácil de vencer quando se é paciente. E os comunistas são pacientes.
“Há décadas em que nada acontece, mas há semanas em que décadas acontecem" é uma frase atribuída ao genocida russo, mas que nenhum comunista se sente ofendido por essa atribuição sem uma prova material em suas obras. Não se sabe se ele realmente disse tal frase, mas é tão coerente com seus ensinamentos revolucionários que nenhum comunista se nega da genialidade da atribuição.
De qualquer forma, não como negar que todos os anti-comunistas atuais são impacientes, quando isso não é somado a um elevado nível de burrice e ignorância sobre o que é e o que faz um comunista. É comum ver pessoas comparando abacaxis e laranjas só por serem frutas cítricas, enquanto o cerne da análise é sobre as plantas monocotiledôneas. E se você não sabe o que são as plantas monocotiledôneas, não se preocupe. Basta saber que as laranjas não são e a conclusão é óbvia: se o assunto são as plantas monocotiledôneas, a laranja não é critério de comparação com o abacaxi.
É isso que analistas deveriam ter em mente quando comparam comunismo e capitalismo, como apontou o Prof. Olavo de Carvalho no artigo "O comunismo real":
Nos dicionários e na cabeça do povinho semi-analfabeto das universidades, a diferença entre capitalismo e comunismo é a de um “modo de produção”, ou, mais especificamente, a da “propriedade dos meios de produção”, privada num caso, pública no outro. Mas isso é a autodefinição que o comunismo dá a si mesmo: é um slogan ideológico, um símbolo aglutinador da militância, não uma definição objetiva. Se até os adversários do comunismo a aceitam, isto só prova que se deixaram dominar mentalmente por aqueles que os odeiam – e esse domínio é precisamente aquilo que, no vocabulário da estratégia comunista, se chama “hegemonia”.
Se os adversários dos comunistas lutam, combatem e discutem com os comunistas baseando-se naquilo que o comunista mesmo quer que ele pense sobre o comunismo, não preciso dizer quem vence nesse comflito: é a freira exortando uma satanista que é tratada como freira porque diz ser uma freira, mesmo que esteja vestida de chifres e exale um odor de enxofre.
A imagem pode parecer absurda, e de fato é, mas é exatamente isso o que aconteceu nas últimas eleições entre comunistas e anti-comunistas nos últimos 80 anos em todo o Ocidente. Logo, enquanto as décadas parecem estar sem sangue - repito, parecem - e o teatro da pax romana revestidade de diálogo permanece, o resultado é e sempre será o que fora dito por Lenin: “Há décadas em que nada acontece, mas há semanas em que décadas acontecem".
Isso só pode ser parado com um processo inverso, mas para isso os anti-comunistas precisarão cingir-se de paciência, sabedoria e muito estudo. Sem isso, toda semana "quieta" será apenas o advento de anos de de opressão revolucionária.