Na sexta-feira, 21 de abril, o ex-presidente peruano Alejandro Toledo se entregou às autoridades americanas, um dia depois de ter sido negado o pedido para bloquear seu processo de extradição para o Peru.
Toledo, que governou de 2001 a 2006, é acusado de ter recebido mais de US$ 25 milhões (dólares) da construtora brasileira Odebrecht em troca de favorecimento em contratos de obras públicas. Os promotores buscam uma sentença de 20 anos de prisão para o caso.
O juiz federal em Washington rejeitou o pedido de Toledo para impedir seu processo de extradição em 20 de abril. Como resultado, o ex-presidente, de 77 anos, se entregou a um tribunal federal em San José, Califórnia, no dia seguinte. O processo de extradição pode ser concluído em menos de uma semana.
Lula na mira da justiça americana?
De acordo com o jornal El Comercio, o ex-presidente peruano estava em prisão domiciliar na cidade de Menlo Park, e sua saúde era o argumento usado na tentativa de paralisar o processo de extradição. Toledo, amigo pessoal de Lula, sempre negou as acusações e já havia recebido outras negativas desse tipo.
Desde 2018, o Peru tenta extraditar Toledo, que morava nos Estados Unidos e trabalhou como professor visitante na Universidade Stanford. Ele foi preso em 2019 e, no ano seguinte, colocado em prisão domiciliar. Em fevereiro deste ano, o Departamento de Estado dos EUA já havia autorizado a extradição do ex-presidente.
Toledo é acusado de ter recebido propina em troca da outorga da licitação da rodovia Interoceânica, que liga o Peru ao Brasil, em um caso relacionado à Operação Lava Jato. Ele também é suspeito de tráfico de influência, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
O Peru foi um dos países mais afetados pelo escândalo de corrupção da Odebrecht, mas a investigação pode chegar em Lula, pois foi durante seu governo que tudo aconteceu. Como parte de um acordo de colaboração com o Departamento de Justiça dos EUA, a empresa admitiu o pagamento de quase US$ 800 milhões em subornos a governos da América Latina.