A Justiça Federal do Espírito Santo determinou a suspensão do Telegram no Brasil. Para adotar tal medida, o Poder Judiciário alegou que o aplicativo de mensagens não entregou para a Polícia Federal (PF) todos os dados solicitados sobre grupos que se autointitulam nazistas.
A PF afirma que enviará ainda nesta quarta-feira, 26, ofícios ao Google e à Apple para que retirem o acesso ao aplicativo de suas lojas virtuais. A corporação também deverá encaminhar documento com a decisão para as operadoras de telefonia celular no país.
Até o momento, a equipe responsável pelo Telegram no Brasil não se posicionou.
Apesar da decisão da Justiça Federal, o app seguia ativo até às 21h35 desta quarta-feira — tanto na Play Store quanto na Apple Store, lojas virtuais dos sistemas operacionais de Google e Apple, respectivamente.
A decisão pela suspensão do aplicativo é em decorrência de investigações relacionadas aos horrendos ataques ocorridos em novembro de 2022 em duas escolas de Aracruz, no Espírito Santo. Na ocasião, quatro pessoas foram mortas e 13 ficaram feridas. De acordo com a PF, o responsável pelo crime usava a plataforma para participar de grupos antissemitas.
PF pediu acesso a grupos do Telegram
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“Observou a autoridade policial que o menor infrator era integrante de grupos de Telegram de compartilhamento de material de extremismo ideológico, cuja divulgação de tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, tutoriais de fabricação de artefatos explosivos, de promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas”, afirma a PF em trecho do documento em que pediu a quebra do sigilo telemático do responsável pelo crime em Aracruz.
Conteúdo comunista não deveria ser proibido também?
É inútil dizer que esses grupos criminosos sejam punidos com o rigor da lei. Isso é uma obviedade que dispensa comentários. O que chama a atenção de qualquer pessoa é que os sites comunistas com MINI-MANUAL DO GUERRILHEIRO URBANO do terrorista Carlos Marighella está disponível para qualquer um, e mesmo após os recentes atos terroristas do MST, nenhum juiz ou agente da Polícia Federal está procurando grupos comunistas. É bom lembrar que os comunistas TAMBÉM são anti-semitas.
O que é a técnica de enquadramento?
A técnica de enquadramento, também conhecida como "framing", é a maneira como as questões e os argumentos são apresentados e estruturados em um debate, discurso ou conversa. É a forma como o contexto é definido e como as informações são organizadas para influenciar a percepção e a interpretação dos ouvintes ou espectadores.
O enquadramento pode ser utilizado de diversas maneiras, como para enfatizar certos aspectos de uma questão, para influenciar a opinião pública, para moldar a forma como as pessoas entendem um problema ou para mobilizar apoio para uma determinada posição. O enquadramento pode ser feito de forma consciente ou inconsciente e pode ser utilizado tanto por indivíduos quanto por organizações ou grupos.
Por exemplo, em um debate político, um candidato pode usar o enquadramento para retratar seu oponente de uma forma negativa, enfatizando seus erros e falhas, enquanto apresenta a si mesmo como um candidato forte e confiável. Outro exemplo seria em uma discussão sobre mudanças climáticas, onde o enquadramento poderia ser utilizado para destacar os aspectos não-científicos do problema ou seus pseudo-impactos econômicos e sociais.
Isso acaba gerando um espectro limitado para o debate. Se um debatedor aceita o enquadramento, não conseguirá sair dele.
O rótulo após o enquadramento
O próximo passo é colocar um rótulo na pessoa com quem se debate. Isso é uma prática eficiente para rotular ou classificar uma pessoa com base em uma característica específica, como sua posição política ou crença religiosa em vez de focar nos argumentos ou ideias apresentados na discussão.
Por exemplo, em um debate sobre políticas públicas, se alguém rotula seu oponente como “direita radical” ou “fascista”, em vez de discutir o mérito das ideias propostas, a discussão se torna pessoal e emocional, dificultando a construção de um diálogo construtivo, respeitoso e racional. Logo após o rótulo, todo tipo de ofensa é direcionado ao outro debatedor como se ele fosse culpado. Ele se sentou na cadeira de réu e será tratado como um.
Esse estereótipo servirá para colocar a pessoa ao lado de criminosos, enquanto os verdadeiros violadores da lei permanecem livres.
O óbvio ululante
A Polícia Federal disse que o psicopata responsável pelo crime usava o Telegram para participar de grupos de extremismo ideológico e por isso a necessidade de bloquear o aplicativo e acabar com a privacidade que a empresa diz ter com seus clientes. As autoridades brasileiras estão dizendo que tutoriais de sexo anal levariam as pessoas a criar um rombo no toba maior do que a boca de um vulcão em plena atividade. A relação causal utilizada no argumento espantaria até um chimpanzé com um QI abaixo da média dos símios.
Tudo isso na semana de aprovação do PL da Censura. Sob a desculpa de querer punir um psicopata, a Polícia Federal e a justiça brasileira vão dizer, aos poucos, claro, que os grupos de direita no Telegram e outros aplicativos são “promoção de ódio a minorias”. Anotem.