Allan dos Santos
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Aprendendo com a Polícia Cubana
O morde-assopra do Estadão não engana mais. O jornal critica quando precisa de leitores e se cala quando está com a barriga cheia
May 13, 2023

Este Editorial do jornal ESTADO DE SÃO PAULO de 6 de Março de 2005 deixa evidente para o leitor que o Terça Livre continua fazendo o jornalismo como deve ser, enquanto que o próprio Estadão abraçou o que antes criticava. À época, não só Cuba era alvo de críticas do Estadão, mas até a China. O editorial reflete como estava o Brasil há quase vinte anos. São exatos dezoito anos, para ser preciso. O Brasil estava estreitando ainda mais as relações da ABIN com o serviço secreto cubano com o apoio de um general do Exército Brasileiro. Além de dizer timidamente que Dirceu é um agente cubano e criticar o PT por estar buscando “parcerias” com a China.

Leia na íntegra o editorial abaixo com grifos meus e um recado importante ao fim do texto.

 

APRENDENDO COM A POLÍCIA CUBANA

Editorial do Estadão - O governo do PT assumiu um firme compromisso com a austeridade fiscal, a economia de mercado e a livre empresa, mas ainda tem recaídas que mostram a persistência de um ranço ideológico incompatível com a posição que se almeja para o Brasil, seja como líder regional, seja como um ator atuante no cenário global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, faz bem quando tenta ampliar as oportunidades de comércio do Brasil, mas erra quando, no exercício da diplomacia presidencial, deixa de enfatizar os valores da democracia e da liberdade a interlocutores que o ouvem atentamente e sobre os quais tem influência. Ao não incluir na agenda de conversações com os líderes da China e de Cuba, por exemplo, aqueles temas, o presidente não está seguindo o princípio da não-intervenção em negócios internos de terceiros países; está apenas perdendo uma oportunidade para reclamar a universalização dos valores democráticos e para reafirmar a crença em princípios que norteiam, por imposição constitucional, a política externa brasileira.

Mais estranho do que essa omissão é a recaída ideológica que acomete outros membros do governo. O secretário nacional de Direitos Humanos, por exemplo, esteve à beira de visitar a China, para trocar informações sobre direitos humanos. Num país que não reconhece as liberdades e os direitos fundamentais, não há informações a trocar, a menos, é claro, que se queira inteirar de detalhes de um sistema que não permite a livre circulação das pessoas, limita com punições draconianas a liberdade de procriar e executa condenados com um tiro na nuca, logo após a exaração da sentença, cobrando depois o custo da bala da família do condenado. O motivo dessa viagem era tão absurdo, e provocou tanta estranheza, que o secretário Nilmário Miranda adiou, sem marcar nova data, a sua visita a Pequim.

Também é imensa a simpatia por Cuba. No ano passado, depois de idas e vindas à ilha, as autoridades educacionais do Brasil resolveram comprar tecnologia de ponta: um método castrista de alfabetização, juntamente com material didático. Ocorre que esse método é bastante semelhante a um telecurso usado com sucesso por uma rede de televisão brasileira há muitos anos. A compra do kit pelo governo brasileiro apenas serviu para dar ares de respeitabilidade a um processo que vinha sendo usado na Nicarágua e no Haiti.

Agora é o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), delegado Mauro Marcelo, que está na berlinda. Ele esteve em visita oficial a Havana, com o objetivo de consolidar um programa de aproximação e intercâmbio entre a Abin e a Dirección General de Inteligencia (DGI), o serviço secreto cubano. Esse programa, obviamente criado para dar algum conteúdo prático aos freqüentes contatos entre autoridades brasileiras e cubanas, inclusive os presidentes Lula e Fidel Castro, já é, por si, uma excrescência. O monstrengo foi piorado com a visita do chefe da Abin, que assinou um acordo para o treinamento e a troca de experiência de agentes brasileiros, que irão a Cuba ainda este mês.

Cuba é um Estado policial. Lá, ninguém dá um passo sem que isso chegue ao conhecimento de um dos Comitês de Defesa da Revolução, organismos especializados em controle social e delação, diretamente ligados à DGI. A polícia secreta é, de fato, extremamente eficiente na fiscalização do comportamento dos cubanos. Qualquer desvio da linha justa revolucionária leva o dissidente à prisão ou ao paredão.

Seria interessante saber que tipo de experiência o delegado Mauro Marcelo espera que os agentes brasileiros que irão a Cuba, nesse programa de “aperfeiçoamento” profissional, receberão. Os métodos usados pela polícia secreta de Fidel Castro são próprios de um Estado totalitário e, portanto, absolutamente inadequados para um país, como o Brasil, onde impera o estado democrático de direito.

Há dias, o líder da minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), apresentou requerimento de convocação do chefe da Abin à Comissão de Acompanhamento de Ações de Inteligência. O senador Arthur Virgílio, líder do PSDB, quer que o general Jorge Félix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência e superior hierárquico do chefe da Abin, preste esclarecimentos sobre o relacionamento entre os dois serviços secretos. Afinal, a Abin nada tem a aprender com a DGI, e, se tivesse, não precisaria enviar ninguém a Cuba, bastaria recorrer ao hoje ministro José Dirceu, que passou seu exílio em Havana especializando-se nesse tipo de informação.


Antes de existir gente de direita na Jovem Pan e todos os bons nomes que dela surgiram, estava o Terça Livre como estrela solitária relembrando o perigo do comunismo no Brasil. A audiência do Terça Livre era tamanha que colocou em ameaça o teatro dos tradicionais jornais em relação ao Congresso, Executivo e Judiciário. Esses poderes, ora republicanos, transformaram-se em cartel disfarçado de Estado de Direito e não tinham mais a blindagem midiática de outrora. O povo começou a perceber isso. A mídia estava perdendo para a internet até aparecer Alexandre de Moraes e seus malabarismos jurídicos em prol da censura. Nunca é demasiado lembrar que essa censura foi PROPAGADA pelo Estadão e outros jornais já a muito prostituídos. Não se deixe enganar pelo Estadão. Pois, se o jornal fala uma verdade aqui e acolá, o intuito não é defender você ou o Brasil, mas exclusivamente as próprias contas.

Dito isso, faço um apelo: curta, assina, compartilha e comenta nas publicações de nosso site. Isso faz com que o site seja mais conhecido.

 

 

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Abra os olhos
Não seja guiado por tolos

Nenhum país se torna "Terceiro Mundo" por questões financeiras. Qualquer tolo sabe que o Brasil tem muito dinheiro e inúmeras oportunidades. O que faz de um território geográfico um país de Terceiro Mundo são as pessoas que ocupam posições-chave, aqueles que detêm o poder de decisão — desde o padeiro local até os mais altos burocratas.

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Um olhar aprofundado no fundador de um país livre
O último signatário vivo da Declaração de Independência, Charles Carroll assumiu o papel de republicano e revolucionário conservador, representando em sua velhice o fim de um período na história.

O último dos signatários americanos da Declaração de Independência a partir deste mundo, Charles Carroll de Carroll também foi um dos fundadores americanos mais formalmente educados. Vivendo dezessete anos na França e na Inglaterra, Carroll obteve seu B.A. em artes liberais tradicionais e um M.A. em filosofia. Ele também estudou direito civil na França e direito comum na Inglaterra. Imigrantes irlandeses para as colônias americanas inglesas, os Carrolls sofreram nas mãos de intolerantes anticatólicos em Maryland por três gerações. Quando Charles Carroll de Carrollton veio ao mundo, seus pais permaneceram solteiros por causa da lei, e escolheram enviar seu único filho para viver na França. Se o tivessem educado em Maryland, as autoridades tinham a sanção legal para remover crianças — ensinadas de uma “maneira católica” — dos pais e colocá-las permanentemente com protestantes ingleses. Embora a América tenha herdado o título de “terra da liberdade”, suas treze colônias inglesas estavam longe de ser tolerantes. Mais do que qualquer outra colônia, Maryland promoveu a tolerância religiosa por quase três décadas do século XVII, mas um golpe em nome de William e Mary em 1689 encerrou isso por quase um século. Maryland passou de ser uma das sociedades mais tolerantes do mundo para uma das menos tolerantes quase da noite para o dia.

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Ex-diplomata dos EUA acusado de espionar para Cuba por mais de 40 anos
Procurador-Geral alega "uma das infiltrações mais altas e duradouras" do governo dos EUA por um agente estrangeiro

O governo dos EUA acusou um ex-diplomata que serviu no conselho de segurança nacional nos anos 1990 de servir secretamente como agente do governo de Cuba por mais de 40 anos. Victor Manuel Rocha foi preso na sexta-feira, após uma longa investigação de contrainteligência do FBI.

O embaixador dos EUA na Bolívia de 2000 a 2002, Rocha também trabalhou no conselho de segurança nacional de 1994 a 1995. Ele é acusado de cometer vários crimes federais.

"Esta ação expõe uma das infiltrações mais altas e duradouras do governo dos Estados Unidos por um agente estrangeiro", disse o procurador-geral, Merrick Garland. "Alegamos que por mais de 40 anos, Victor Manuel Rocha serviu como agente do governo cubano e buscou e obteve posições dentro do governo dos Estados Unidos que lhe proporcionariam acesso a informações não públicas e a capacidade de afetar a política externa dos EUA".

Rocha, de 73 anos, foi preso em Miami na sexta-feira. A lei federal exige que pessoas que fazem o trabalho político de um governo ou entidade estrangeira dentro dos EUA se registrem no departamento de justiça, que nos últimos anos intensificou sua aplicação criminal de lobby estrangeiro ilícito.

A carreira diplomática de 25 anos de Rocha foi realizada sob administrações democratas e republicanas, grande parte dela na América Latina durante a guerra fria, um período de políticas políticas e militares às vezes pesadas dos EUA.

Suas designações diplomáticas incluíram um período na seção de interesses dos EUA em Cuba, durante um tempo em que os EUA não tinham relações diplomáticas plenas com o governo comunista de Fidel Castro. Nascido na Colômbia, Rocha foi criado em uma casa de classe trabalhadora na cidade de Nova York e obteve diplomas de artes liberais em Yale, Harvard e Georgetown.

O governo alegou que Rocha conseguiu posições no departamento de estado a partir de 1981 para lhe dar acesso a informações não públicas, incluindo informações classificadas, e a capacidade de afetar a política externa dos EUA. Diz que de aproximadamente 2006 a 2012, Rocha foi assessor do comandante do Comando Sul dos EUA, um comando conjunto das forças armadas dos Estados Unidos cuja área de responsabilidade inclui Cuba. Acrescenta que, além de fornecer informações enganosas aos EUA para manter seu segredo, ele frequentemente deixava os EUA para se encontrar com operativos de inteligência cubanos e mentia para obter documentos de viagem. Diz que Rocha aparentemente admitiu ser um espião para um agente disfarçado do FBI em reuniões no ano passado e este ano. O agente, posando como um representante da Direção Geral de Inteligência de Cuba, ouviu Rocha admitir "décadas" de trabalho para Cuba. Rocha supostamente continuou se referindo aos EUA como "o inimigo" e usou o termo "nós" para descrever a si mesmo e a Cuba, elogiou Fidel Castro como o "Comandante" e referiu-se aos seus contatos na inteligência cubana como seus "compañeros" (camaradas), segundo a declaração do governo dos EUA.

Rocha foi o principal diplomata dos EUA na Argentina entre 1997 e 2000, justamente quando um programa de estabilização da moeda de uma década apoiado por Washington estava se desfazendo sob o peso de uma enorme dívida externa e crescimento estagnado, desencadeando uma crise política que veria o país sul-americano passar por cinco presidentes em duas semanas. Em seu próximo posto como embaixador na Bolívia, ele interveio diretamente na corrida presidencial de 2002, advertindo semanas antes da votação que os EUA cortariam a assistência ao país sul-americano em dificuldades se fosse eleger o ex-cultivador de coca Evo Morales.

"Quero lembrar o eleitorado boliviano que, se votarem naqueles que querem que a Bolívia volte a exportar cocaína, isso colocará em sério risco qualquer ajuda futura dos Estados Unidos à Bolívia", disse Rocha em um discurso amplamente interpretado como uma tentativa de sustentar a dominação dos EUA na região. Três anos depois, os bolivianos elegeram Morales de qualquer maneira e o líder esquerdista expulsaria o sucessor de Rocha como chefe da missão diplomática por incitar a "guerra civil". Rocha também serviu na Itália, Honduras, México e República Dominicana, e trabalhou como especialista em América Latina para o conselho de segurança nacional.

Nos últimos anos, ele ocupou vários cargos no setor empresarial: como presidente de uma mina de ouro na República Dominicana e cargos seniores em uma exportadora de carvão da Pensilvânia, uma empresa formada para facilitar fusões na indústria de cannabis, um escritório de advocacia e uma empresa espanhola de relações públicas.

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