
O comando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pretende iniciar os trabalhos ouvindo dirigentes do Incra, principalmente os regionais. Essa escolha tem um motivo específico: em muitos estados, as indicações para esses cargos partiram da direção do grupo guerrilheiro autointitulado “Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra” (MST).
Durante a abertura dos trabalhos, o presidente da CPI, deputado Zucco (Republicanos-RS), afirmou que os superintendentes seriam convocados para investigar a situação dos acampamentos. Vale ressaltar que o estado do presidente da comissão, inclusive, possui um superintendente ligado ao grupo guerrilheiro, Nelson José Grasselli.
Em resposta a essa abordagem, os membros indicados pelo PT para participarem da CPI sugeriram também convocar representantes da Dnocs e da Codevasf, autarquias comandadas por siglas do centrão a fim de cobrar esclarecimentos.
Em março deste ano, de acordo com publicação nas redes sociais do MST, cerca de 170 integrantes invadiram a “Fazenda Recreio”, que abrange uma área de 1.400 hectares no município de Macajuba, na Chapada Diamantina, a cerca de 300 km de Salvador. Só no primeiro trimestre deste ano, o grupo guerrilheiro invadiu mais propriedades do que o primeiro ano da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.