
A corrente econômica de Ludwig von Mises, conhecida como Escola Austríaca de Economia, tem uma visão crítica em relação ao salário mínimo devido a uma série de razões. Ele tem razão? Entenda.
Em primeiro lugar, Von Mises acreditava que os preços, incluindo os salários, devem ser determinados pelas forças de mercado, ou seja, pela oferta e demanda. Segundo essa perspectiva, os salários devem ser livremente negociados entre empregadores e trabalhadores, sem interferência do Estado. A imposição de um salário mínimo fixo, na visão de Von Mises, distorce as relações entre oferta e demanda de trabalho, impedindo que essas forças de mercado determinem o valor justo do trabalho.
Além disso, Von Mises argumentava que o salário mínimo cria desemprego ao estabelecer um piso salarial acima do que alguns empregadores estão dispostos a pagar. Se o salário mínimo excede o valor que um empregador considera viável para determinado trabalho, ele pode optar por não contratar ou demitir funcionários, ou ainda automatizar certas tarefas para reduzir custos. Isso pode resultar em um excesso de oferta de trabalho, o que aumenta o desemprego, especialmente entre os trabalhadores menos qualificados ou com menor produtividade.
Imagine que uma pessoa inicie um negócio para vender churrasquinho na esquina de sua casa. Após um pequeno lucro, resolve alugar um estabelecimento e aumentar a produção. Essa pessoa precisará de funcionários, mas se não puder pagar o salário estabelecido pelo Estado, o dono terá de escolher entre ter funcionários sem carteira assinada e em breve poderá enfrentar um tribunal que certamente irá acabar com seu negócio. Quantos empregos não são gerados no Brasil por causa disso? Muitos, certamente.
Outro ponto de preocupação para Von Mises é o impacto negativo do salário mínimo sobre os trabalhadores de baixa renda. Ele argumentava que, ao aumentar o custo da mão de obra, o salário mínimo pode dificultar o acesso desses trabalhadores ao mercado de trabalho, tornando-os menos competitivos em relação a outros candidatos ou resultando na eliminação de postos de trabalho. Em vez de proteger os trabalhadores, o salário mínimo perpetua o ciclo de pobreza ao criar barreiras adicionais para a entrada no mercado de trabalho.
Sobre a CLT, escreverei um outro artigo, mas sobre o “salário mínimo”, deixe sua dúvida nos comentários.