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Vítimas de 8 de janeiro criam associação
Inicialmente, a instituição congregará somente os familiares dos 1.500 manifestantes presos em Brasília, isso porque os próprios presos políticos estão com os seus direitos restringidos
June 08, 2023

Por Ana Maria Cemim

Está oficialmente criada ASFAV – Associação dos Familiares e Vítimas de 8 de janeiro. A entidade pode ser contatada pelo Instagram @asfavfamilias ou pelo e-mail [email protected].

A ASFAV é uma associação privada, cujo estatuto foi registado em cartório no final do mês de maio.

Inicialmente, a instituição congregará somente os familiares dos 1.500 manifestantes presos em Brasília, isso porque os próprios presos políticos estão com os seus direitos restringidos pelo Superior Tribunal Federal e não podem participar de quaisquer associações com outros manifestantes.

O isolamento dos colegas de cela, com quem criaram laços afetivos, é um requisito para permanecerem em liberdade provisória, com uso de tornozeleira eletrônica. Isso no caso de quem já saiu do Papuda ou Colmeia, pois ainda permanecem presos quase 250 manifestantes.

A gaúcha Gabriela Ritter, que é familiar de uma pessoa presa no Presídio Papuda, assumiu como presidente e explica que a entidade surgiu para dar voz às famílias e organizar a luta pelos direitos dos presos de maneira coletiva. “Juntos teremos mais força e, agora que somos uma entidade, precisamos definir as ações, inclusive ingressar nas cortes internacionais, e promover eventos conjuntamente”, anuncia.

De acordo com a advogada, existe uma preocupação maior com aqueles que permanecem presos no Colmeia e Papuda, onde estão há cinco meses. “Entre eles têm pessoas com comorbidades, cardíacos, diabéticos, idosos, inclusive acima dos 70 anos.

Essas pessoas permanecem presas sem individualização de condutas com excesso de prazo. E para piorar a situação, os advogados não conseguem fazer a defesa, pois elas não são analisadas”, relata Dra. Gabriela.

“Há graves relatos de pessoas de que os presos políticos passam fome nos presídios. Não conseguem comer no dia em que servem carne de soja. O que salva são as bolachas que levamos, mas os advogados só podem fazer a entrega de bolachas mediante agendamento, e nas sextas-feiras. Porém, há dificuldades para agendar.

Para o mês de junho, por exemplo, não tem mais horário disponível. A última vez que consegui agendar foi no início de maio. Para tentar resolver estas questões, nós encaminhamos solicitação de reunião junto à SEAPE – Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, que administra os presídios. Dentre os assuntos a serem tratados está a alimentação”, declara.

A presidente da ASFAV diz que essas pessoas são consideradas presos políticos, pois a prisão efetuada em Brasília não tem legalidade. “Essas pessoas estão presas sem individualização das condutas, sem provas sobre cometimento de crime. Nós temos relatórios bem contundentes sobre a sua inocência. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito de 8 de janeiro está em andamento e precisamos estar atentos para termos uma representatividade lá dentro”, reforça.

A associação conta com um grupo de seis advogados que está encabeçando uma série de ações, como manter audiências com o Senado e Câmara de Deputados Federais para tratar das violações que estão acontecendo, com o objetivo de conseguir a nulidade do processo contra essas 1.500 pessoas.

A entidade não representará os presos como advogados, porque cada qual já tem a sua defesa em andamento. O objetivo é de promover ações de natureza coletiva como reuniões com autoridades de forma a tornar a estada nos presídios menos desumana, e para evitar que os pertences das pessoas presas que estão na Academia da Polícia Federal sejam destruídos, por exemplo.

Quanto aos presos em liberdade provisória, a ASFAV defende que eles jamais poderiam estar com tornozeleira, além de considerar abusiva a determinação do STF de obrigar que se apresentem semanalmente em juízo. “Para os piores bandidos, os que são criminosos de verdade, a justiça exige que se apresentem mensalmente.

Inclusive, tribunais de alguns estados nem possuíam cadastro para apresentação semanal dos usuários de tornozeleiras, somente o cadastro mensal. Eles tiveram que mudar isso para atender essa demanda abusiva do STF, no caso específico dos presos políticos”, declara.

OS INQUÉRITOS

Para investigar os atos ocorridos em 8 de janeiro foram abertos inquéritos, dentre eles o inquérito 4921 das pessoas que foram presas em frente ao QG no dia 9 de janeiro e o inquérito 4922 das pessoas presas próximo ou dentro dos prédios.

Ainda existem três pessoas presas na Papuda que estão sem denúncia, porém possivelmente se encaixam no inquérito 4921.

Os demais que permanecem presos são todos os do inquérito 4922 que, supostamente, seriam os responsáveis pelos atos de vandalismo pelo simples fato de terem sidos presos nas dependências dos prédios. Porém, todas as denúncias são genéricas, sem provas e as decisões que mantêm essas pessoas presas são iguais.

“Isso é gravíssimo, pois essas prisões decorrem de uma série de ilegalidades, sem direito ao devido processo legal, contraditório e ampla defesa, sem respeito aos princípios básicos do Estado Democrático de Direito e às normas que regem acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário.

A impotência é extrema e o pedido de socorro é constante. Pais de famílias e pessoas honradas seguem presas injustamente, e ilegalmente, sem ter cometido qualquer crime que seja passível de prisão. Estão pagando um preço alto à custa de suas vidas por um crime que não cometeram.

Como ingressar na associação: o familiar preenche um formulário e assume o pagamento de uma taxa mensal de R$ 10,00 prevista no estatuto e que será destinada às despesas como aluguel da sala onde funciona a instituição e outras despesas operacionais.

DIRETORIA

Presidente – Gabriela Fernanda Ritter

Vice-presidente – Gleisa Cristine Schreiner

1ª Secretaria – Jaqueline Bennert Vetter

2ª Secretaria – Silvana Geralda de Castro

1º Tesoureiro – Marcos Paulo Becher

2ª Tesoureira – Mariana Cristina Fagundes

Conselheiros Fiscais: Adriano Barboza de Souza, Fabrício Machado e Luiza Bianco.

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Explico os detalhes no áudio. Conto com vocês. Em breve trarei novidades, pois não me curvarei. Junto com vocês, sei que posso continuar. Não deixem de acompanhar as LIVES lá no Instagram:

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Abra os olhos
Não seja guiado por tolos

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Um olhar aprofundado no fundador de um país livre
O último signatário vivo da Declaração de Independência, Charles Carroll assumiu o papel de republicano e revolucionário conservador, representando em sua velhice o fim de um período na história.

O último dos signatários americanos da Declaração de Independência a partir deste mundo, Charles Carroll de Carroll também foi um dos fundadores americanos mais formalmente educados. Vivendo dezessete anos na França e na Inglaterra, Carroll obteve seu B.A. em artes liberais tradicionais e um M.A. em filosofia. Ele também estudou direito civil na França e direito comum na Inglaterra. Imigrantes irlandeses para as colônias americanas inglesas, os Carrolls sofreram nas mãos de intolerantes anticatólicos em Maryland por três gerações. Quando Charles Carroll de Carrollton veio ao mundo, seus pais permaneceram solteiros por causa da lei, e escolheram enviar seu único filho para viver na França. Se o tivessem educado em Maryland, as autoridades tinham a sanção legal para remover crianças — ensinadas de uma “maneira católica” — dos pais e colocá-las permanentemente com protestantes ingleses. Embora a América tenha herdado o título de “terra da liberdade”, suas treze colônias inglesas estavam longe de ser tolerantes. Mais do que qualquer outra colônia, Maryland promoveu a tolerância religiosa por quase três décadas do século XVII, mas um golpe em nome de William e Mary em 1689 encerrou isso por quase um século. Maryland passou de ser uma das sociedades mais tolerantes do mundo para uma das menos tolerantes quase da noite para o dia.

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Ex-diplomata dos EUA acusado de espionar para Cuba por mais de 40 anos
Procurador-Geral alega "uma das infiltrações mais altas e duradouras" do governo dos EUA por um agente estrangeiro

O governo dos EUA acusou um ex-diplomata que serviu no conselho de segurança nacional nos anos 1990 de servir secretamente como agente do governo de Cuba por mais de 40 anos. Victor Manuel Rocha foi preso na sexta-feira, após uma longa investigação de contrainteligência do FBI.

O embaixador dos EUA na Bolívia de 2000 a 2002, Rocha também trabalhou no conselho de segurança nacional de 1994 a 1995. Ele é acusado de cometer vários crimes federais.

"Esta ação expõe uma das infiltrações mais altas e duradouras do governo dos Estados Unidos por um agente estrangeiro", disse o procurador-geral, Merrick Garland. "Alegamos que por mais de 40 anos, Victor Manuel Rocha serviu como agente do governo cubano e buscou e obteve posições dentro do governo dos Estados Unidos que lhe proporcionariam acesso a informações não públicas e a capacidade de afetar a política externa dos EUA".

Rocha, de 73 anos, foi preso em Miami na sexta-feira. A lei federal exige que pessoas que fazem o trabalho político de um governo ou entidade estrangeira dentro dos EUA se registrem no departamento de justiça, que nos últimos anos intensificou sua aplicação criminal de lobby estrangeiro ilícito.

A carreira diplomática de 25 anos de Rocha foi realizada sob administrações democratas e republicanas, grande parte dela na América Latina durante a guerra fria, um período de políticas políticas e militares às vezes pesadas dos EUA.

Suas designações diplomáticas incluíram um período na seção de interesses dos EUA em Cuba, durante um tempo em que os EUA não tinham relações diplomáticas plenas com o governo comunista de Fidel Castro. Nascido na Colômbia, Rocha foi criado em uma casa de classe trabalhadora na cidade de Nova York e obteve diplomas de artes liberais em Yale, Harvard e Georgetown.

O governo alegou que Rocha conseguiu posições no departamento de estado a partir de 1981 para lhe dar acesso a informações não públicas, incluindo informações classificadas, e a capacidade de afetar a política externa dos EUA. Diz que de aproximadamente 2006 a 2012, Rocha foi assessor do comandante do Comando Sul dos EUA, um comando conjunto das forças armadas dos Estados Unidos cuja área de responsabilidade inclui Cuba. Acrescenta que, além de fornecer informações enganosas aos EUA para manter seu segredo, ele frequentemente deixava os EUA para se encontrar com operativos de inteligência cubanos e mentia para obter documentos de viagem. Diz que Rocha aparentemente admitiu ser um espião para um agente disfarçado do FBI em reuniões no ano passado e este ano. O agente, posando como um representante da Direção Geral de Inteligência de Cuba, ouviu Rocha admitir "décadas" de trabalho para Cuba. Rocha supostamente continuou se referindo aos EUA como "o inimigo" e usou o termo "nós" para descrever a si mesmo e a Cuba, elogiou Fidel Castro como o "Comandante" e referiu-se aos seus contatos na inteligência cubana como seus "compañeros" (camaradas), segundo a declaração do governo dos EUA.

Rocha foi o principal diplomata dos EUA na Argentina entre 1997 e 2000, justamente quando um programa de estabilização da moeda de uma década apoiado por Washington estava se desfazendo sob o peso de uma enorme dívida externa e crescimento estagnado, desencadeando uma crise política que veria o país sul-americano passar por cinco presidentes em duas semanas. Em seu próximo posto como embaixador na Bolívia, ele interveio diretamente na corrida presidencial de 2002, advertindo semanas antes da votação que os EUA cortariam a assistência ao país sul-americano em dificuldades se fosse eleger o ex-cultivador de coca Evo Morales.

"Quero lembrar o eleitorado boliviano que, se votarem naqueles que querem que a Bolívia volte a exportar cocaína, isso colocará em sério risco qualquer ajuda futura dos Estados Unidos à Bolívia", disse Rocha em um discurso amplamente interpretado como uma tentativa de sustentar a dominação dos EUA na região. Três anos depois, os bolivianos elegeram Morales de qualquer maneira e o líder esquerdista expulsaria o sucessor de Rocha como chefe da missão diplomática por incitar a "guerra civil". Rocha também serviu na Itália, Honduras, México e República Dominicana, e trabalhou como especialista em América Latina para o conselho de segurança nacional.

Nos últimos anos, ele ocupou vários cargos no setor empresarial: como presidente de uma mina de ouro na República Dominicana e cargos seniores em uma exportadora de carvão da Pensilvânia, uma empresa formada para facilitar fusões na indústria de cannabis, um escritório de advocacia e uma empresa espanhola de relações públicas.

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