Certa vez escreveu o Prof. Olavo de Carvalho:
Quando, convidado a listar os “livros que mudaram a sua vida”, o sujeito responde com clássicos do porte de Dante, Homero e Shakespeare, ele pode impressionar uma platéia que ignore até mesmo essas autores, mas dá, com isso, a mais decisiva prova de incultura que se poderia exigir.
Clássicos antigos, medievais e renascentistas existem para formar a mente enquanto é jovem, não para “mudá-la” depois de adulta.
Mudança é encontro com algo novo, inédito, inesperado.
O homem que aos quarenta ou cinquenta anos é “mudado” por um livro que teria a obrigação de haver lido aos quinze ou vinte só prova que não teve formação nenhuma.
É como alguém que, no ano de 2017, descobre que Hitler invadiu a França.
A decadência da formação escolar brasileira é exposta nos resultados dos exames internacionais, mesmo que esses exames não tenham importância para gente séria. De qualquer modo, não podemos nos deixar sufocar pelo lodo de nossa “formação”. É preciso superar essa ausência de conhecimento e nunca é tarde para começar.
Sinopse
Ulisses, herói grego conhecido pelos seus dons de raciocínio e discurso, tenta navegar até casa depois da vitória na guerra de Troia. Atormentado por Poseidon, deus dos mares, e protegido por Atenas durante toda a jornada, enfrenta vários obstáculos e perigos, tentando voltar para Ítaca e para os braços da mulher, Penélope.
Atenção: a partir deste ponto, o artigo contém revelações sobre a narrativa.
Estrutura da obra
A Odisseia é um poema épico, ou seja, uma composição poética que narra a história de um povo, valorizando os seus feitos. Os textos deste gênero literário eram criados com o intuito de serem recitados e transmitidos através da oralidade, conquistando a atenção e despertando as emoções dos ouvintes.
Uma vez que eram escritos para serem interpretados em público, estes poemas se focavam bastante no ritmo. Dividida em 24 cantos, a Odisseia é composta por 12 mil versos hexâmetros, de 13 a 17 sílabas, que variam entre as longas e as breves da língua grega.
A obra é considerada uma das primeiras epopeias (sinônimo de "poema épico"), com um narrador que exalta as conquistas e os atos de bravura de um herói ou povo, reproduzindo lendas da tradição oral.
Em termos de organização do poema,