Allan dos Santos
News • Education
PF encontrou plano de Estado de Sítio no celular de Cid
Relatório da PF sobre aparelho apreendido com ex-ajudante de Jair Bolsonaro perdeu o sigilo nesta sexta. Análise aponta documentos com instruções de GLO e pedidos de militares por intervenção
June 19, 2023
 

O psicopata Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou pública a “análise” da Polícia Federal sobre o conteúdo do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Cid está preso desde maio, investigado por adulterar o cartão de vacina de Bolsonaro a favor do ex-presidente.

No celular, foram encontradas trocas de mensagens, inclusive com militares da ativa, a favor de uma GLO e de um golpe de Estado, com o objetivo de Bolsonaro não entregar o poder para o “ex-presidiário” Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Documento com instruções para GLO

A PF apontou que Mauro Cid enviou para um contato identificado com o seu próprio nome um documento com instruções para frear a tirania atual brasileira, intitulado “Forças Armadas como poder moderador”. O texto sugere declaração de ESTADO DE SÍTIO.

A corporação não conseguiu identificar a origem do documento, mas indicou que o arquivo foi criado em 25 de outubro de 2022.

Entre as ações previstas no documento estão:

  • nomeação de um interventor;

  • afastamento e abertura de inquéritos contra ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outras autoridades;

  • e a fixação de um prazo para novas eleições.

Segundo o arquivo, essas medidas poderiam ser tomadas após autorização do presidente da República, à época Jair Bolsonaro.

O documento mantido por Cid em seu celular também diz que há um desmedido ativismo judicial e critica ministros do STF e do TSE, dizendo que eles teriam sido responsáveis por atos com violação da prerrogativa de outros Poderes.

A Polícia Federal destacou que o “conteúdo do texto chamou a atenção da equipe, pois apresenta em seu parágrafo final a expressão 'declaro o Estado de Sítio; e, como ato contínuo, decreto Operação de Garantia da Lei e da Ordem (...)'”.

Bolsonaro não confia no Alto Comando, segundo Cid

O ex-auxiliar de Bolsonaro também manteve conversas com militares sobre possíveis ações de GLO.

Em dezembro, o coronel Jean Lawand Junior, então gerente de ordens do Alto Comando do Exército (ACE), clama por intervenção de Cid junto a Bolsonaro, em uma tentativa de o auxiliar a convencer o chefe supremo das Forças Armadas para usar o poder.

Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”, afirmou Lawand Junior em um áudio a Cid, em 1º de dezembro de 2022.

Cid respondeu: “Mas o PR [Presidente da República] não pode dar uma ordem...se ele não confia no ACE”. A sigla ACE é uma referência ao Alto Comando do Exército.

A PF também destacou outra mensagem de Lawand a Cid.

Em dezembro passado, ele voltou a pedir para Cid convencer Bolsonaro: “Cid pelo amor de Deus, o homem tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB [Exército Brasileiro] não está com ele, de Divisão pra baixo está”.

“Muita coisa acontecendo...Passo a passo”, respondeu o ex-ajudante de Bolsonaro.

A última troca de mensagens entre os dois ocorreu no dia 21 de dezembro de 2022.

Jean Lawand Junior escreveu: “Soube agora que não vai sair nada. Decepção irmão. Entregamos o país aos bandidos”. Cid respondeu: “Infelizmente”.

Participação em grupo com militares da ativa

O relatório sobre o celular apreendido de Cid também aponta que ele participou de um grupo de mensagens com pessoas que se identificavam como militares da ativa.

Evidenciou-se que em diversos momentos dos diálogos foram tratados assuntos relacionados ao cenário político-eleitoral que sucedeu o segundo turno das eleições presidenciais”, diz a PF.

Participantes defendem o 142:

“Se o Bolsonaro acionar o 142 [artigo da Constituição que regulamenta a atuação das Forças Armadas], não haverá general que segure as tropas. Ou participa ou pede para sair!!!”, escreveu um membro em 21 de dezembro de 2022.

Há ainda registros de participantes que criticavam o comando das Forças Armadas, além de críticas ao ministro Alexandre de Moraes. “Vai ter careca arrastado por blindado em Brasília?”, afirmou outro membro em novembro passado.

GLO e poder moderador

Segundo a Polícia Federal, Mauro Cid destacou trechos de uma apresentação, identificada como da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, que tratam do emprego das operações de garantia da lei e da ordem (GLO), em especial na Garantia dos Poderes Constitucionais.

A PF também encontrou no celular de Cid respostas do renomado jurista Ives Gandra Martins a uma consulta feita por um major do Exército sobre o emprego das Forças Armadas como o poder moderador. Em respostas às questões, ele defende a tese de que o artigo 142 da Constituição Federal dá às Forças o papel de poder moderador, que poderia ser empregado em caso de “inimigo externo ou crise entre poderes”.

Sargento participou das manifestações

No celular de Mauro Cid, a Polícia Federal também encontrou uma conversa com outro ex-assessor de Bolsonaro Luís Marcos dos Reis, sargento do Exército, sobre manifestações em frente ao Quartel do Exército de Goiânia (GO).

Dos Reis foi um dos presos pela PF na operação facista que “apura fraude em cartões de vacina do ex-presidente e ajudantes”, em maio.

À época, Cid estava cotado para assumir o comando do Batalhão de Ações e Comandos de Goiânia, uma unidade de Operações Especiais da Força.

A posse, no entanto, foi suspensa pelo novo comandante do Exército, Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

A corporação também identificou que Luís Marcos dos Reis participou dos atos golpistas de 8 de janeiro e chegou a subir na cúpula do Congresso. Além disso, Dos Reis também esteve no acampamento no Quartel-General do Exército em Brasília e incentivou a tomada de poder pelas Forças Armadas.

No relatório, a polícia também destacou que o sargento enviou vídeos e imagens com a participação dele nas invasões às sedes dos Três Poderes.

“Eu estou no meio da muvuca! Não sei o que está acontecendo! O bicho vai pegar!”, escreveu em uma das mensagens.

Em seguida, o sargento enviou um áudio, na mesma troca de mensagens, que dizia: “Entraram no Planalto, no Congresso, Câmara dos Deputados, entrou no STF. E quebrou, arrancou as togas lá daqueles ladrão (sic). Arrancou tudo! Foi, foi. O bicho pegou hoje aqui!”.

Mais tarde, por volta de 20h, ele afirmou que já estava em casa e que trabalharia cedo no dia seguinte, mas que “o recado foi dado”.

Esposa de Cid conversa sobre atos

No relatório, a Polícia Federal também abordou troca de mensagens da esposa de Mauro Cid, Gabriela Cid.

“As mensagens tratam, basicamente, sobre manifestações ocorridas em frentes aos quarteis do Exército em todo Brasil além da manifestação ocorrida na Esplanada dos Ministérios em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023”, disse a PF.

Em uma conversa com Ticiana Villas Bôas, Gabriela defendia novas eleições. À época das mensagens, Lula já havia sido “eleito”.

“Temos q (sic) exigir novas eleições c (sic) voto impresso. Estamos diante de um momento tenso onde temos q (sic) pressionar o Congresso. Agora!!!!!!”, escreveu.

“Ou isso, ou a queda do [ministro Alexandre de] Moraes”, responde Ticiana.

community logo
Join the Allan dos Santos Community
To read more articles like this, sign up and join my community today
0
What else you may like…
Videos
Podcasts
Posts
Articles
Julgamento escondido pela imprensa
00:10:01
O lado negro de Genebra

Sobre o democídio.

00:04:45
September 18, 2023
Acharam que iríamos desistir…

Eles não sabem do que somos capazes JUNTOS.

Acesse: academiaconservadora.com

00:00:24
September 14, 2023
Aviso urgente

Finalmente estou com minha família comigo depois de 3 anos. DEUS seja louvado. Entretanto, as batalhas não param. Fui cancelado mais uma vez. Preciso que todos vocês criem uma conta na plataforma LOCALS, pois não poderei continuar com conteúdos exclusivos aqui no Substack.

Explico os detalhes no áudio. Conto com vocês. Em breve trarei novidades, pois não me curvarei. Junto com vocês, sei que posso continuar. Não deixem de acompanhar as LIVES lá no Instagram:

www.instagram.com/allanconta35

O Instagram da minha esposa:

www.instagram.com/caroldegasperibr

Aviso urgente
Você consegue ver essa publicação sem VPN?

Testanto o LOCALS do Terça Livre. Estou em Washington, DC, lutando pelo nosso amado Brasil e gostaria de saber se vocês conseguem ver essa publicação sem o uso de VPN. Se sim, farei algumas transmissões aqui para vocês.

Atenciosamente,
Allan dos Santos.

Estive no Steven Crowder

Sigam o Steven Crowder aqui no LOCALS.

Você já migrou para a Academia Conservadora?

Pessoal, muitos recebem os e-mails daqui do LOCALS e ainda não migraram a assinatura para a ACADEMIA CONSERVADORA. Você está com dúvida sobre como assinar ou migrar para a ACADEMIA CONSERVADORA?

post photo preview
Abra os olhos
Não seja guiado por tolos

Nenhum país se torna "Terceiro Mundo" por questões financeiras. Qualquer tolo sabe que o Brasil tem muito dinheiro e inúmeras oportunidades. O que faz de um território geográfico um país de Terceiro Mundo são as pessoas que ocupam posições-chave, aqueles que detêm o poder de decisão — desde o padeiro local até os mais altos burocratas.

Only for Supporters
To read the rest of this article and access other paid content, you must be a supporter
Read full Article
post photo preview
Um olhar aprofundado no fundador de um país livre
O último signatário vivo da Declaração de Independência, Charles Carroll assumiu o papel de republicano e revolucionário conservador, representando em sua velhice o fim de um período na história.

O último dos signatários americanos da Declaração de Independência a partir deste mundo, Charles Carroll de Carroll também foi um dos fundadores americanos mais formalmente educados. Vivendo dezessete anos na França e na Inglaterra, Carroll obteve seu B.A. em artes liberais tradicionais e um M.A. em filosofia. Ele também estudou direito civil na França e direito comum na Inglaterra. Imigrantes irlandeses para as colônias americanas inglesas, os Carrolls sofreram nas mãos de intolerantes anticatólicos em Maryland por três gerações. Quando Charles Carroll de Carrollton veio ao mundo, seus pais permaneceram solteiros por causa da lei, e escolheram enviar seu único filho para viver na França. Se o tivessem educado em Maryland, as autoridades tinham a sanção legal para remover crianças — ensinadas de uma “maneira católica” — dos pais e colocá-las permanentemente com protestantes ingleses. Embora a América tenha herdado o título de “terra da liberdade”, suas treze colônias inglesas estavam longe de ser tolerantes. Mais do que qualquer outra colônia, Maryland promoveu a tolerância religiosa por quase três décadas do século XVII, mas um golpe em nome de William e Mary em 1689 encerrou isso por quase um século. Maryland passou de ser uma das sociedades mais tolerantes do mundo para uma das menos tolerantes quase da noite para o dia.

Only for Supporters
To read the rest of this article and access other paid content, you must be a supporter
Read full Article
post photo preview
Ex-diplomata dos EUA acusado de espionar para Cuba por mais de 40 anos
Procurador-Geral alega "uma das infiltrações mais altas e duradouras" do governo dos EUA por um agente estrangeiro

O governo dos EUA acusou um ex-diplomata que serviu no conselho de segurança nacional nos anos 1990 de servir secretamente como agente do governo de Cuba por mais de 40 anos. Victor Manuel Rocha foi preso na sexta-feira, após uma longa investigação de contrainteligência do FBI.

O embaixador dos EUA na Bolívia de 2000 a 2002, Rocha também trabalhou no conselho de segurança nacional de 1994 a 1995. Ele é acusado de cometer vários crimes federais.

"Esta ação expõe uma das infiltrações mais altas e duradouras do governo dos Estados Unidos por um agente estrangeiro", disse o procurador-geral, Merrick Garland. "Alegamos que por mais de 40 anos, Victor Manuel Rocha serviu como agente do governo cubano e buscou e obteve posições dentro do governo dos Estados Unidos que lhe proporcionariam acesso a informações não públicas e a capacidade de afetar a política externa dos EUA".

Rocha, de 73 anos, foi preso em Miami na sexta-feira. A lei federal exige que pessoas que fazem o trabalho político de um governo ou entidade estrangeira dentro dos EUA se registrem no departamento de justiça, que nos últimos anos intensificou sua aplicação criminal de lobby estrangeiro ilícito.

A carreira diplomática de 25 anos de Rocha foi realizada sob administrações democratas e republicanas, grande parte dela na América Latina durante a guerra fria, um período de políticas políticas e militares às vezes pesadas dos EUA.

Suas designações diplomáticas incluíram um período na seção de interesses dos EUA em Cuba, durante um tempo em que os EUA não tinham relações diplomáticas plenas com o governo comunista de Fidel Castro. Nascido na Colômbia, Rocha foi criado em uma casa de classe trabalhadora na cidade de Nova York e obteve diplomas de artes liberais em Yale, Harvard e Georgetown.

O governo alegou que Rocha conseguiu posições no departamento de estado a partir de 1981 para lhe dar acesso a informações não públicas, incluindo informações classificadas, e a capacidade de afetar a política externa dos EUA. Diz que de aproximadamente 2006 a 2012, Rocha foi assessor do comandante do Comando Sul dos EUA, um comando conjunto das forças armadas dos Estados Unidos cuja área de responsabilidade inclui Cuba. Acrescenta que, além de fornecer informações enganosas aos EUA para manter seu segredo, ele frequentemente deixava os EUA para se encontrar com operativos de inteligência cubanos e mentia para obter documentos de viagem. Diz que Rocha aparentemente admitiu ser um espião para um agente disfarçado do FBI em reuniões no ano passado e este ano. O agente, posando como um representante da Direção Geral de Inteligência de Cuba, ouviu Rocha admitir "décadas" de trabalho para Cuba. Rocha supostamente continuou se referindo aos EUA como "o inimigo" e usou o termo "nós" para descrever a si mesmo e a Cuba, elogiou Fidel Castro como o "Comandante" e referiu-se aos seus contatos na inteligência cubana como seus "compañeros" (camaradas), segundo a declaração do governo dos EUA.

Rocha foi o principal diplomata dos EUA na Argentina entre 1997 e 2000, justamente quando um programa de estabilização da moeda de uma década apoiado por Washington estava se desfazendo sob o peso de uma enorme dívida externa e crescimento estagnado, desencadeando uma crise política que veria o país sul-americano passar por cinco presidentes em duas semanas. Em seu próximo posto como embaixador na Bolívia, ele interveio diretamente na corrida presidencial de 2002, advertindo semanas antes da votação que os EUA cortariam a assistência ao país sul-americano em dificuldades se fosse eleger o ex-cultivador de coca Evo Morales.

"Quero lembrar o eleitorado boliviano que, se votarem naqueles que querem que a Bolívia volte a exportar cocaína, isso colocará em sério risco qualquer ajuda futura dos Estados Unidos à Bolívia", disse Rocha em um discurso amplamente interpretado como uma tentativa de sustentar a dominação dos EUA na região. Três anos depois, os bolivianos elegeram Morales de qualquer maneira e o líder esquerdista expulsaria o sucessor de Rocha como chefe da missão diplomática por incitar a "guerra civil". Rocha também serviu na Itália, Honduras, México e República Dominicana, e trabalhou como especialista em América Latina para o conselho de segurança nacional.

Nos últimos anos, ele ocupou vários cargos no setor empresarial: como presidente de uma mina de ouro na República Dominicana e cargos seniores em uma exportadora de carvão da Pensilvânia, uma empresa formada para facilitar fusões na indústria de cannabis, um escritório de advocacia e uma empresa espanhola de relações públicas.

Read full Article
See More
Available on mobile and TV devices
google store google store app store app store
google store google store app tv store app tv store amazon store amazon store roku store roku store
Powered by Locals