Allan dos Santos
News • Education
O patriotismo brasileiro e o militarismo analfabeto
Patriotismo sem amor à língua pátria é o mesmo que sexo diet
June 19, 2023

Ainda na tentativa de levar conhecimento a uma população refém de acadêmicos e militares iletrados, deixo para vocês um artigo do filósofo Olavo de Carvalho escrito em 2005.

Ainda a Palhaçada Total

Olavo de Carvalho

Jornal do Brasil, 26 de janeiro de 2006

Alguns militares ditos “nacionalistas de direita” andam loucos da vida comigo porque tenho provas da cumplicidade de pelo menos um deles com o Foro de São Paulo. Distribuem mensagens furiosas pela internet, despejam em cima de mim todo o estoque de carimbos difamatórios clássicos da propaganda comunista e ainda acham que são muito diferentes dos comunistas.

No artigo anterior, por engano, elevei um deles de coronel a general. Tremenda injustiça. Deveria tê-lo rebaixado a sargento, se não houvesse otimismo demais em presumir que seria aprovado num teste de português para suboficial. O homem escreve em lulês, fiel à taxa média de dois solecismos por linha. Alguns de seus cúmplices chegam a transcendê-lo nessa performance. Em seguida batem no peito ostentando patriotismo.

O primeiro e mais essencial componente de uma identidade nacional é o idioma – um idioma que esses cavalheiros não conhecem nem respeitam. Patriotismo sem amor à língua pátria é o mesmo que sexo diet.

Os outros dois pilares da honra nacional — a lição é de Charles de Gaulle — são a alta cultura e a religião. Sem o domínio do idioma não há acesso à alta cultura. Aqueles senhores não ouviriam dez minutos de Villa-Lobos nem leriam cinco páginas de Os Sertões sem cair no sono. Não sei se têm religião, mas sem o filtro cultural e lingüistico a religião se dissolve no universal e já não tem nada a ver com a pátria.

O que lhes sobra, e que eles ingenuamente tomam por patriotismo, é um ciumento apego corporativo às riquezas do território. Um cão que faça pipi em cinco árvores tem o mesmo sentimento, um dos mais baixos que se pode imaginar. Em versão humana, não é patriotismo, é mercantilismo. Confundem pátria com patrimônio, e imaginam que é deles. Daí sua obsessão paranóica com a “cobiça internacional”. Não que essa cobiça inexista. Contrabandistas, ladrões, terroristas e narcotraficantes usam e abusam do espaço nacional, transformam-no em casa de mãe Joana. Mas, quando sugerimos que esses patriotas deveriam enfrentá-los, eles fogem esbaforidos, camuflando a covardia em orgulho superior: “Não somos policiais”. Têm razão: não são nem isso. Não são rigorosamente nada.

Esquivando-se a um confronto com os reais inimigos da pátria, exibem extraordinária valentia contra os imaginários. Alardeiam que George W. Bush planeja invadir o Brasil e já cantam vitórias nas futuras Batalhas de Itararé, quando reduzirão a picadinho marines que jamais estarão lá.

Se pelo menos nessa loucura fossem sérios, mereceriam o respeito devido aos doentes mentais. Seriam reencarnações de Policarpo Quaresma, teriam o mérito do ridículo sincero. Mas não chegam a tanto. Se chegassem, tentariam deter a invasão antes que ela se materializasse. O meio para isso é fácil e óbvio. A grande mídia americana e o Partido Democrata odeiam George W. Bush como se fosse a peste. Vivem procurando alguma coisa, qualquer coisa que possam dizer contra ele. Por que aqueles patriotas não vêm aqui e fazem sua denúncia em voz alta? Oficiais da reserva de um grande país latino-americano, revelando planos secretos de invasão ianque, fariam mais sucesso que show da Madonna. Virariam especial da CBS , manchete do Washington Post . Ted Kennedy e Nancy Pelosi lamberiam seus pés de gratidão. Seria o sonhado impeachment , dado de bandeja pela generosidade brasileira. Para os nossos heróis, seria o auge da glória militar segundo Sun-Tzu: destruir o adversário antes do combate.

Por que não fazem isso? Por que se recusam a uma ação tão simples e decisiva em defesa da pátria ameaçada? A resposta é ainda mais simples: Não fazem isso porque sabem que é tudo inventado, que seriam desmascarados, que todo mundo riria de suas caras de bolacha. Não fazem isso porque sabem que nem mitômanos anti-americanos inveterados como Noam Chomsky cairiam numa balela demasiado infantil para seu nível de sofisticação intelectual. Não fazem isso porque não são loucos o bastante para acreditar em si mesmos.

community logo
Join the Allan dos Santos Community
To read more articles like this, sign up and join my community today
1
What else you may like…
Videos
Podcasts
Posts
Articles
Julgamento escondido pela imprensa
00:10:01
O lado negro de Genebra

Sobre o democídio.

00:04:45
September 18, 2023
Acharam que iríamos desistir…

Eles não sabem do que somos capazes JUNTOS.

Acesse: academiaconservadora.com

00:00:24
September 14, 2023
Aviso urgente

Finalmente estou com minha família comigo depois de 3 anos. DEUS seja louvado. Entretanto, as batalhas não param. Fui cancelado mais uma vez. Preciso que todos vocês criem uma conta na plataforma LOCALS, pois não poderei continuar com conteúdos exclusivos aqui no Substack.

Explico os detalhes no áudio. Conto com vocês. Em breve trarei novidades, pois não me curvarei. Junto com vocês, sei que posso continuar. Não deixem de acompanhar as LIVES lá no Instagram:

www.instagram.com/allanconta35

O Instagram da minha esposa:

www.instagram.com/caroldegasperibr

Aviso urgente
Você consegue ver essa publicação sem VPN?

Testanto o LOCALS do Terça Livre. Estou em Washington, DC, lutando pelo nosso amado Brasil e gostaria de saber se vocês conseguem ver essa publicação sem o uso de VPN. Se sim, farei algumas transmissões aqui para vocês.

Atenciosamente,
Allan dos Santos.

Estive no Steven Crowder

Sigam o Steven Crowder aqui no LOCALS.

Você já migrou para a Academia Conservadora?

Pessoal, muitos recebem os e-mails daqui do LOCALS e ainda não migraram a assinatura para a ACADEMIA CONSERVADORA. Você está com dúvida sobre como assinar ou migrar para a ACADEMIA CONSERVADORA?

post photo preview
Abra os olhos
Não seja guiado por tolos

Nenhum país se torna "Terceiro Mundo" por questões financeiras. Qualquer tolo sabe que o Brasil tem muito dinheiro e inúmeras oportunidades. O que faz de um território geográfico um país de Terceiro Mundo são as pessoas que ocupam posições-chave, aqueles que detêm o poder de decisão — desde o padeiro local até os mais altos burocratas.

Only for Supporters
To read the rest of this article and access other paid content, you must be a supporter
Read full Article
post photo preview
Um olhar aprofundado no fundador de um país livre
O último signatário vivo da Declaração de Independência, Charles Carroll assumiu o papel de republicano e revolucionário conservador, representando em sua velhice o fim de um período na história.

O último dos signatários americanos da Declaração de Independência a partir deste mundo, Charles Carroll de Carroll também foi um dos fundadores americanos mais formalmente educados. Vivendo dezessete anos na França e na Inglaterra, Carroll obteve seu B.A. em artes liberais tradicionais e um M.A. em filosofia. Ele também estudou direito civil na França e direito comum na Inglaterra. Imigrantes irlandeses para as colônias americanas inglesas, os Carrolls sofreram nas mãos de intolerantes anticatólicos em Maryland por três gerações. Quando Charles Carroll de Carrollton veio ao mundo, seus pais permaneceram solteiros por causa da lei, e escolheram enviar seu único filho para viver na França. Se o tivessem educado em Maryland, as autoridades tinham a sanção legal para remover crianças — ensinadas de uma “maneira católica” — dos pais e colocá-las permanentemente com protestantes ingleses. Embora a América tenha herdado o título de “terra da liberdade”, suas treze colônias inglesas estavam longe de ser tolerantes. Mais do que qualquer outra colônia, Maryland promoveu a tolerância religiosa por quase três décadas do século XVII, mas um golpe em nome de William e Mary em 1689 encerrou isso por quase um século. Maryland passou de ser uma das sociedades mais tolerantes do mundo para uma das menos tolerantes quase da noite para o dia.

Only for Supporters
To read the rest of this article and access other paid content, you must be a supporter
Read full Article
post photo preview
Ex-diplomata dos EUA acusado de espionar para Cuba por mais de 40 anos
Procurador-Geral alega "uma das infiltrações mais altas e duradouras" do governo dos EUA por um agente estrangeiro

O governo dos EUA acusou um ex-diplomata que serviu no conselho de segurança nacional nos anos 1990 de servir secretamente como agente do governo de Cuba por mais de 40 anos. Victor Manuel Rocha foi preso na sexta-feira, após uma longa investigação de contrainteligência do FBI.

O embaixador dos EUA na Bolívia de 2000 a 2002, Rocha também trabalhou no conselho de segurança nacional de 1994 a 1995. Ele é acusado de cometer vários crimes federais.

"Esta ação expõe uma das infiltrações mais altas e duradouras do governo dos Estados Unidos por um agente estrangeiro", disse o procurador-geral, Merrick Garland. "Alegamos que por mais de 40 anos, Victor Manuel Rocha serviu como agente do governo cubano e buscou e obteve posições dentro do governo dos Estados Unidos que lhe proporcionariam acesso a informações não públicas e a capacidade de afetar a política externa dos EUA".

Rocha, de 73 anos, foi preso em Miami na sexta-feira. A lei federal exige que pessoas que fazem o trabalho político de um governo ou entidade estrangeira dentro dos EUA se registrem no departamento de justiça, que nos últimos anos intensificou sua aplicação criminal de lobby estrangeiro ilícito.

A carreira diplomática de 25 anos de Rocha foi realizada sob administrações democratas e republicanas, grande parte dela na América Latina durante a guerra fria, um período de políticas políticas e militares às vezes pesadas dos EUA.

Suas designações diplomáticas incluíram um período na seção de interesses dos EUA em Cuba, durante um tempo em que os EUA não tinham relações diplomáticas plenas com o governo comunista de Fidel Castro. Nascido na Colômbia, Rocha foi criado em uma casa de classe trabalhadora na cidade de Nova York e obteve diplomas de artes liberais em Yale, Harvard e Georgetown.

O governo alegou que Rocha conseguiu posições no departamento de estado a partir de 1981 para lhe dar acesso a informações não públicas, incluindo informações classificadas, e a capacidade de afetar a política externa dos EUA. Diz que de aproximadamente 2006 a 2012, Rocha foi assessor do comandante do Comando Sul dos EUA, um comando conjunto das forças armadas dos Estados Unidos cuja área de responsabilidade inclui Cuba. Acrescenta que, além de fornecer informações enganosas aos EUA para manter seu segredo, ele frequentemente deixava os EUA para se encontrar com operativos de inteligência cubanos e mentia para obter documentos de viagem. Diz que Rocha aparentemente admitiu ser um espião para um agente disfarçado do FBI em reuniões no ano passado e este ano. O agente, posando como um representante da Direção Geral de Inteligência de Cuba, ouviu Rocha admitir "décadas" de trabalho para Cuba. Rocha supostamente continuou se referindo aos EUA como "o inimigo" e usou o termo "nós" para descrever a si mesmo e a Cuba, elogiou Fidel Castro como o "Comandante" e referiu-se aos seus contatos na inteligência cubana como seus "compañeros" (camaradas), segundo a declaração do governo dos EUA.

Rocha foi o principal diplomata dos EUA na Argentina entre 1997 e 2000, justamente quando um programa de estabilização da moeda de uma década apoiado por Washington estava se desfazendo sob o peso de uma enorme dívida externa e crescimento estagnado, desencadeando uma crise política que veria o país sul-americano passar por cinco presidentes em duas semanas. Em seu próximo posto como embaixador na Bolívia, ele interveio diretamente na corrida presidencial de 2002, advertindo semanas antes da votação que os EUA cortariam a assistência ao país sul-americano em dificuldades se fosse eleger o ex-cultivador de coca Evo Morales.

"Quero lembrar o eleitorado boliviano que, se votarem naqueles que querem que a Bolívia volte a exportar cocaína, isso colocará em sério risco qualquer ajuda futura dos Estados Unidos à Bolívia", disse Rocha em um discurso amplamente interpretado como uma tentativa de sustentar a dominação dos EUA na região. Três anos depois, os bolivianos elegeram Morales de qualquer maneira e o líder esquerdista expulsaria o sucessor de Rocha como chefe da missão diplomática por incitar a "guerra civil". Rocha também serviu na Itália, Honduras, México e República Dominicana, e trabalhou como especialista em América Latina para o conselho de segurança nacional.

Nos últimos anos, ele ocupou vários cargos no setor empresarial: como presidente de uma mina de ouro na República Dominicana e cargos seniores em uma exportadora de carvão da Pensilvânia, uma empresa formada para facilitar fusões na indústria de cannabis, um escritório de advocacia e uma empresa espanhola de relações públicas.

Read full Article
See More
Available on mobile and TV devices
google store google store app store app store
google store google store app tv store app tv store amazon store amazon store roku store roku store
Powered by Locals