O golpe de agosto de 1944 na Romênia foi uma ação coordenada que resultou na deposição do marechal Ion Antonescu e na mudança da aliança romena durante a Segunda Guerra Mundial. O golpe interno liderado por membros do próprio governo romeno recebeu apoio da resistência comunista e das forças soviéticas.
A conspiração para derrubar Antonescu envolveu altos funcionários do governo romeno, incluindo militares e políticos descontentes com a direção pró-nazista do país. Os conspiradores, com a ajuda de agentes soviéticos e da resistência comunista, planejaram a ação e aguardaram o momento certo para agir.
Gheorghe Gheorghiu-Dej escapou da prisão e se autodeclarou secretário geral do Partido Comunista Romeno durante o golpe em 23 de agosto de 1944. Ele havia sido preso por suas atividades comunistas em 1933 e foi libertado após a pressão e a intervenção dos soviéticos durante a ocupação do país. Ele então assumiu a liderança do partido, que tinha sido mantido na clandestinidade, e liderou a revolta contra o regime de Antonescu.
Em 23 de agosto de 1944, os conspiradores iniciaram o golpe. O Palácio Real de Bucareste foi ocupado, Antonescu foi preso e um novo governo, liderado por Constantin Sănătescu, foi instalado. Simultaneamente, a Romênia anunciou sua mudança de aliança, abandonando o Eixo e se juntando aos Aliados.
O golpe resultou em um realinhamento estratégico para a Romênia, que estava do lado dos países aliados. Isso também permitiu que o Partido Comunista Romeno e seu líder, Gheorghe Gheorghiu-Dej, ganhassem influência política significativa no país, abrindo caminho para a posterior tomada de poder pelo partido.
O período do comunismo na Romênia foi marcado por um regime autoritário, repressão política, controle estatal da economia e supressão dos direitos individuais. O líder comunista Nicolae Ceaușescu sucedeu Gheorghe Gheorghiu-Dej em 1965 e governou a Romênia até 1989.
Em 1989, durante um período de agitação política na Europa Oriental, a Romênia também foi afetada por manifestações populares contra o regime comunista. Esses protestos culminaram em uma revolução violenta conhecida como Revolução Romena. Nela os romenos abandonaram o comunismo por meio dessa revolução popular em dezembro de 1989.
A insatisfação com o regime comunista estava crescendo na Romênia, assim como em outros países do bloco oriental, durante a década de 1980. A população enfrentava dificuldades econômicas, escassez de alimentos e restrições às liberdades civis. As pessoas estavam cansadas do governo opressivo e do culto à personalidade em torno de Ceaușescu.
Em 16 de dezembro de 1989, o governo tentou silenciar o reverendo László Tőkés, um pastor evangélico reformado que era crítico do regime. Isso desencadeou uma série de protestos na cidade de Timișoara, na Romênia. Os protestos se espalharam para outras cidades do país, e a repressão violenta do governo contra os manifestantes só aumentou a revolta popular.
No dia 22 de dezembro, ocorreu um grande protesto em Bucareste, a capital da Romênia. Milhares de pessoas tomaram as ruas, exigindo a renúncia de Ceaușescu. Diante do agravamento da situação e da perda de controle sobre o país, Ceaușescu tentou dar um discurso na praça central de Bucareste para acalmar os ânimos, mas acabou sendo vaiado e teve que fugir de helicóptero.
A fuga de Ceaușescu não conseguiu conter a revolução, e os protestos continuaram em todo o país. Um novo governo provisório foi formado, liderado por Ion Iliescu, e o regime comunista foi oficialmente derrubado.
A revolução romena resultou em um período de transição política e social na Romênia. Nicolae Ceaușescu foi deposto e executado, encerrando oficialmente o regime comunista na Romênia. Após a queda de Ceaușescu, a Romênia passou por uma transição política para a democracia e a economia de mercado.
Foram realizadas eleições livres em 1990, marcando o início da democratização do país. No entanto, a transição para a democracia e a implementação de reformas econômicas levaram tempo, e a Romênia enfrentou desafios ao longo desse processo. Desde então, a Romênia é uma república democrática e multipartidária.